“Mosaico de vivências”: Editora UFG relança Sertão Sem fim

A casa onde Bariani Ortencio viveu, por décadas da sua vida, foi o cenário de um relançamento que marca o atual momento histórico para Editora UFG. Sertão sem fim é o primeiro livro da Coleção Biblioteca Goiana, que pretende reunir títulos da história de Goiás, contando a história, a oralidade e valorizando todo o patrimônio cultural do estado. O evento foi realizado na última sexta feira, 12/9, e foi um momento não só pelo compartilhamento de memórias, como também por projetos para o futuro, visando a preservação da memória de Barini Ortencio e da literatura. Confira a galeria de fotos do evento.

“Celebramos duas alegrias que se combinam na noite de hoje”, iniciou seu discurso o diretor da Editora UFG, Wilson Flores. Segundo ele, desde agosto do ano passado, com a reestruturação da Editora UFG, tem sido realizado um trabalho para garantir o acesso à literatura Goiania e a sua história. “Sertão sem fim inaugura a coleção Biblioteca Goiana e esse é de fato um momento de bastante orgulho da nossa Editora. Agradeço imensamente o Instituto Bariani Ortencio e a Ciranda da Arte, esperamos que outras parcerias no futuro”, desejou.

Luz Marina de Alcântara, gerente de Arte e Educação da Secretaria de Estado da Educação, contou sua amizade com Bariani Ortencio, “no último ano dele, quando comemoramos o concurso dos 100 anos, viemos aqui fazer uma foto, foi um momento memorável”, relembrou. Ela lembrou ainda que 131 mil estudantes participaram do concurso literário, criado pelo escritor, esse ano, “fico muito feliz de saber que ainda hoje ele segue tão amado e querido, criando nos estudantes mergulhar nessa história”, compartilhou.

Renato Castelo, presidente do Instituto Cultural e Educacional Bariani Ortencio, iniciou a fala pedindo uma salva de palmas para o escritor, lembrando que ele já foi goleiro do Atlético Goianiense. “Esse relançamento, pela Editora UFG, é uma prova da sua capacidade de dialogar com todas as gerações”, destacou. De acordo com ele, o autor, com seu olhar atento com as fronteiras do sertão, conseguiu tocar e mergulhar na alma goiana, “em um espaço que ele soube administrar em maestria. Hoje, ao celebrar, fazemos mais do que homenagear um livro, capturamos a essência de um legado que transcende a literatura, e é um mosaico de vivências”, destacou. Ele finalizou afirmando que esse é um momento histórico e que todos os participantes estão simbolizando a força dessa grandiosidade.

Aidenor Alves, presidente da Academia Goiana de Letras, relembrou a trajetória dedicada à literatura de Bariani Ortencio, que foi adotado por Goiânia, quando aqui chegou aos 15 anos. “Bariani sempre foi universal, mergulhado como um garimpeiro do homem comum, em um regionalismo que traz algo do Brasil nesse compartilhamento coletivo”, defendeu. Nesse Brasil profundo, segundo ele, é onde os jovens podem forjar a sua identidade”, finalizou.

O presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, Jales Mendonça, destacou a força simbólica de que esse lançamento fosse feito neste local. “Goiânia precisa de um espaço cultural como esse, já estamos em tratativas para adquirir e preservar esse local”, anunciou. O presidente destacou ainda a importância de todo o processo que o Centro da cidade tem passado para voltar a ter vida e movimentos culturais.

Nomeando essa noite como uma “festa da cultura goiana”, a reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, reforçou o privilégio que é para a Universidade ter sido digna de confiança para realizar essa publicação. “Queremos que a Editora UFG pulse, e nada melhor do que esse momento para que pudéssemos marcar e dizer a que veio nossa editora. Essa é a linha e o nosso compromisso”, comprometeu-se a reitora. Angelita Pereira de Lima defendeu que a oralidade é mantida no encontro de gerações “é fundamental que as crianças queiram ouvir as histórias. E esse momento mira na juventude se inspirando em Bariani Ortencio”, concluiu.