Nestes quase 50 anos de história, a valorização e a promoção da cultura goiana sempre foram uma das marcas da Editora UFG. Com a publicação de uma nova edição de Sertão sem Fim, de Bariani Ortencio, reafirma-se esse compromisso da maior e mais importante casa editorial de Goiás com nossa cultura. A obra fará os leitores mergulharem em um mundo de conflitos, realidades e sentimentos dos mais diversos, refletindo em cada palavra a essência da literatura produzida em Goiás. Sertão sem Fim marca o lançamento da Coleção Biblioteca Goiana, que tem por objetivo reunir o patrimônio literário, cultural e intelectual goiano e fomentar a sua valorização e difusão. O lançamento será realizado a partir das 18h30 do próximo dia 12 de setembro, no Instituto Bariani Ortencio, e será aberto para convidados e imprensa.
Além de escritor, Bariani Ortencio foi um folclorista do Cerrado, tendo se dedicado também a vários temas como a cozinha goiana, a medicina popular e a pesquisa etnográfica. “Todos esses diferentes assuntos continuam sendo fundamentais para se pensar e compartilhar a cultura, costumes e a história de nosso estado e de nosso povo”, afirmou Wilson Flores, diretor da Editora UFG. Vale destacar que o escritor lançou o Concurso Literário Bariani Ortencio, visitando escolas e desenvolvendo atividades com os estudantes e professores, sempre inspirando as futuras gerações. O concurso, que segue sendo realizado pelo Centro de Estudos e Pesquisa Ciranda da Arte, da Secretaria de Estado da Educação, estimula discentes do Ensino Médio de escolas públicas estaduais a mergulharem no mundo das letras e da cultura, por meio da produção de redações, artes cênicas e artes visuais.
A Reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, entende que a reestruturação da Editora UFG se insere no interior de uma estratégia mais ampla de fortalecimento da sinergia entre a UFG e a sociedade goiana. Com a criação da Biblioteca Goiana, a UFG assume a responsabilidade de se transformar na casa da literatura e dos escritos fundamentais de nossa cultura; a UFG não pretende doravante apenas acolher e preservar esse patrimônio, mas promovê-lo e difundi-lo no país e no exterior. “Pretendemos transformar esta e futuras obras em referência nacional, constituindo uma espécie de acervo indispensável para compreender nossa história, a nossa cultura e sua inserção no cenário nacional. Nesse sentido, a UFG reafirma sua posição de instituição fundamental na difusão, na produção, na valorização e na preservação daquilo que de melhor é produzido em Goiás”, projetou.
Atualmente, a Editora UFG trabalha no processo de reedição de vários títulos de seu catálogo, bem como na preparação dos próximos volumes da nova Coleção. “Certamente, uma escritora como Leodegária de Jesus não pode estar ausente da Biblioteca Goiana”, adiantou Wilson Flores. Espera-se ainda a reedição de outras obras de autores como Bernardo Élis, Hugo de Carvalho Ramos, Eli Brasiliense, Miguel Jorge, Gabriel Nascente, Afonso Félix de Sousa, Yêda Schmalz, Léo Lynce, José Mendonça Teles, Edval Lourenço e tantos outros. “No futuro, pretendemos que a Biblioteca Goiana também seja um espaço para promover novos(as) escritores(as) e novas literaturas”, completou.
Carmo Bernardes
Nesta semana, o diretor da Editora UFG anunciou a existência de um acordo bastante adiantado com os herdeiros de Carmo Bernardes para a publicação de suas obras completas a partir de 2026. “Carmo Bernardes é um dos maiores prosistas brasileiros da segunda metade do século XX e nada justifica que suas obras estejam fora de catálogo e não sejam mais reeditadas”, ponderou Wilson Flores. “A literatura escrita em Goiás encontrou nos livros de Carmo Bernardes um de seus mais importantes momentos do ponto de vista estético e social”, afirmou Wilson Flores. A partir de 2026, o público leitor e as novas gerações de leitores terão à disposição um conjunto de obras literárias que permitirá que elas voltem a se conectar com a história e cultura de Goiás. O objetivo da Editora UFG, revela Wilson Flores, é fazer com que esses livros cheguem às escolas e possam ser lidos e explorados em projetos de ensino. Para isso, desde já, a busca por parceiros e apoios será fundamental. De acordo com a reitora Angelita Pereira de Lima, “é o mais importante acontecimento literário das últimas décadas em Goiás”.
Coleção Biblioteca Goiana
Valorizar a riqueza da produção literária, historiográfica, etnológica, sociológica, científica e artística por meio da publicação de títulos que tenham um papel na reflexão crítica sobre a identidade cultural brasileira, eis o objetivo da Coleção Biblioteca Goiana. A ideia é que a série contemple uma longa lista de títulos fundamentais da cultura goiana. “Inicialmente, estamos focados em retomar títulos que fazem parte do catálogo da Editora UFG e que se encontram esgotados (é o caso de Sertão sem fim). Depois, estamos interessados em reeditar títulos que já foram publicados conosco, mas que, por diversas razões, acabaram saindo da Editora”, adiantou Wilson Flores. Segundo ele, este é o caso das obras de Cora Coralina, que já foram publicados pela Editora UFG. “Isso é o que, no estágio atual de desenvolvimento da Editora, deverá orientar nossos projetos: a percepção de que o que é produzido em Goiás é fundamental para a cultura brasileira”, resumiu o diretor.
Além disso, ele entende que o patrimônio literário goiano se encontra disperso. A partir de agora, a Editora UFG pretende se constituir como um vetor de organização, um lugar de encontro e de disponibilização desse patrimônio. “Queremos transformar, com o tempo, nossa editora na vitrine da literatura e dos escritos fundamentais da cultura goiana”, projetou.